Muito se tem questionado, ultimamente, se as eleições para os Órgãos Sociais do Sporting Clube de Portugal devem, ou não, ter uma 2ª volta entre os dois candidatos mais votados. Isto, claro está, no caso de nenhum dos candidatos conseguir obter mais de 50% dos votos na votação inicial. A 2ª volta eleitoral é um mecanismo já utilizado nas eleições para a Presidência da República Portuguesa, bem como em várias eleições por esse mundo fora. A existência de uma 2ª volta resulta, fundamentalmente, da necessidade de conferir mais legitimidade política aos eleitos, através da sua eleição por uma maioria de votos.
No caso concreto do Sporting Clube de Portugal discute-se, há já muito tempo, uma eventual revisão estatutária para incluir este mecanismo em futuras eleições para os Órgãos Sociais do clube. Tendo por base a proliferação de candidaturas em anteriores atos eleitorais, é muito difícil que o candidato mais votado obtenha pelo menos 50% da votação, o que se justifica pela dispersão de votos pelas várias candidaturas. Sendo apenas necessários 1.000 votos para apresentar uma candidatura, sabemos também, que os aproximadamente 50.000 sócios com capacidade eleitoral ativa se traduzem em cerca de 200.000 votos. Por outro lado, quantas mais candidaturas existirem, mais difícil fica, tendencialmente, a obtenção desses 50% dos votos numa 1ª volta.
Desta forma, mesmo considerando que numa possível 2ª volta (ou até mesmo na 1ª), o(s) candidato(s) com mais votos possa(m) até não ser aquele(s) que mais votantes tenha(m), em função do sistema de atribuição de votos por antiguidade que atualmente vigora no clube, entendemos, mesmo assim, que uma 2ª votação irá conferir maior legitimidade política para o exercício do mandato por parte da candidatura vencedora, à semelhança do que acontece nas eleições para a Presidência da República Portuguesa.
Saudações Leoninas,
Hoje e Sempre Sporting!